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O vegetarianismo na infância gera muitas dúvidas nos pais e profissionais que atendem e acompanham a criança.  

Para ressaltar a segurança da alimentação vegetariana na infância tanto a Academy of Nutrition and Dietetics (2016) e a American Dietetic Association; Dietitians of Canada (2013), reconhecem que a alimentação vegetariana é adequada em todas as fases da vida incluindo a infância, contanto que todos os cuidados alimentares e adequações nutricionais sejam realizados, como deve ser preconizado para qualquer tipo de dieta.   Ainda afirmam que a dieta vegetariana pra crianças tem menor quantidade de colesterol, gordura saturada e gordura total, maior teor de fibras e antioxidantes, e o aporte proteico é facilmente atingido.  

Ressaltam que há benefícios na alimentação vegetariana na infância como menores chances de obesidade e sobrepeso, redução significativa de doenças crônicas não transmissíveis, maior consumo de vegetais, frutas e hortaliças, menor ingestão de doces e menor ingestão de gordura total e saturada e bebês vegetarianos recebem quantidades adequadas de leite materno ou fórmula infantil e suas dietas contêm boas fontes de energia e nutrientes como ferro, vitamina B-12 e Vitamina D, o crescimento ao longo da infância é normal.  

Mesmo com essas informações, em se tratando de algo tão novo, é compreensível que grande parte das famílias e profissionais fiquem inseguros ou com dúvidas. Pensando nisso listei abaixo algumas dúvidas sobre o tema.  

A criança vegetariana ou vegana vai receber B12 através do leite materno ou fórmula infantil, e a suplementação após os 6 meses de vida. Inclusive muitos suplementos destinados a uso pediatrico já incluem a vitamina B12 em sua formulação, visto que a deficiência tem sido recorrente na população em geral.  

Quanto ao ferro os estudos científicos apontam que crianças vegetarianas ingerem maior quantidade de ferro, porém em sua forma não heme, menos absorvível. É necessário aderir a práticas alimentares que diminuam o teor de fatores antinutricionais dos alimentos como a “remolho” do feijão, e acrescentar fontes alimentares de vitamina C nas refeições principais para que o ferro seja melhor absorvido. Essas crianças devem ser suplementadas com ferro, assim como as crianças onívoras, já que essa é uma recomendação tanto da Organização Mundial da saúde quanto do Ministério da saúde no Brasil para todas as crianças;  

Não foi encontrado déficit proteico em crianças vegetarianas, pois o reino vegetal oferece proteína de forma abundante. A substituição da carne deve ser feita por alimentos do grupo dos feijões (feijão, grão de bico, lentilha, ervilha e etc.)   O preconceito e os mitos que envolvem o vegetarianismo na infância precisam ser desmistificados com seriedade e solidez cientifica e não reforçados com analises enviesadas e sem evidência cientifica consistente.

Pensando nisso, a SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) que sempre atuou de forma séria e apoiada a profissionais que usam a ciência de forma responsável e ética, me convidaram para integrar o time de profissionais, que tanto admiro.  

Á partir desse momento, passo a integrar a equipe da SVB como assessora técnica em Nutrição Materno Infantil. Vou contribuir com materiais e ações levando informação para as famílias que optam por essa alimentação ética, saudável e sustentável para suas crianças.  

Já programamos muitas ações para esse ano e aproveito o momento para agradecer oficialmente a toda equipe da SVB.  

Gratidão pela oportunidade de contribuir e trabalhar lado a lado com um time tão especial.    

Aline Vieira Nutricionista
Pós Graduação em Nutrição Materno infantil
Assessora técnica em Nutrição Materno Infantil da Sociedade Vegetariana Brasileira

 

Baixe o Guia: Alimentação para Bebês e Crianças Vegetarianas até 2 anos de idade

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