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Publicado: 25 Julho 2011
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Por Tatiane Barbosa, participante do seminário
"Em uma discussão sobre o documentário Carne Osso, uma das participantes presentes disse “não sou vegetariana, eu como carne pois nós precisamos de carne, é uma questão de cadeia alimentar, animais matam animais para comer”.
É provado biologicamente que não precisamos de carne: nosso corpo (unhas, dentição, maxilar e sistema digestório) é de um herbívoro. Se antes precisávamos da carne (bem como da pele dos animais que matávamos) para sobreviver, isto é uma outra questão. Antes também precisávamos ser nômades, o que não precisamos mais.
Por que olhamos para trás para justificar os erros de hoje? Temos conhecimento e tecnologia suficientes para sobreviver sem depender da crueldade contra animais. Acredito que o que falta nas pessoas hoje é a vontade de mudar.
Paul McCartney disse que “se os abatedouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos”. Eu discordo. De que adiantam paredes de vidro se as pessoas têm a opção de olhar para o outro lado? Também acredito que os abatedouros hoje têm “paredes de vidro”. Temos horas e horas de vídeo documentando maus tratos, temos fotos, livros, depoimentos… A informação está aí! A verdade está exposta para quem quiser ver.
O grande problema é que as pessoas preferem não saber, pois tudo é mais cômodo assim. Por que ir atrás de informações que vão fazer as pessoas alterarem suas rotinas e acabar com algo que se tem como “cultural”?
Mesmo algumas pessoas que acabam se deparando com a realidade de um matadouro, se sensibilizam apenas para dizer “que horror! Mas isso é errado, sou contra isso”. Infelizmente as pessoas ainda não se identificam com o que acontece a ponto de dizer “isso é culpa minha. Estes animais estão sofrendo e morrendo por minha causa, para que eu me dê ao luxo, e não à necessidade, de comer um bife no almoço”. De que adianta sermos contra a crueldade, se nós somos a verdadeira causa disso tudo?
Devemos enxergar que este sistema não é assim perverso porque bilhões de pessoas querem comer carne, mas sim porque cada uma destas bilhões de pessoas escolheu fechar os olhos. Quando pensamos no problema como “coletivo”, é mais fácil tirar a culpa de nossos ombros.
O ser humano deve entender que o papel que cada um desempenha é fundamental. Se cada pessoa assumer sua responsabilidade, então podemos mudar todo esse quadro."