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Mais de 310 mil pessoas marcharam no último domingo para pedir políticas ambiciosas de combate às mudanças climáticas. The People’s Cimate March teve como objetivo pressionar os políticos que se reunirão nesta terça-feira na Cúpula do Clima da ONU, um evento de preparação para as próximas Conferência das Partes (COP). Centenas de milhares de pessoas mostraram que, apesar da falta de ação política, a conscientização sobre a mudança climática tem aumentado nos últimos anos, juntamente com a sensação de que esta é a maior crise do nosso século.

A mudança do clima tem influenciado cada vez mais as políticas para o desenvolvimento. Primeiramente, por causa de seus impactos, os quais podem ser sentidos na saúde pública, agricultura, infra-estrutura, energia e outros setores. Mas também porque a mitigação das emissões de gases de efeito estufa exige mudanças no que entendemos por desenvolvimento, a fim de criar prosperidade dentro dos limites planetários. Embora os avanços tecnológicos sejam necessários para uma transição para uma sociedade de baixo carbono, mudanças de comportamento são igualmente importantes.

Um bom exemplo de como o comportamento individual afeta as emissões globais é o consumo de carne. A média mundial de consumo de carne anual (excluindo outros produtos de origem animal como produtos lácteos e ovos) é 38,7 kg por pessoa. Esse número varia bastante,  de 3,2 kg per capita na Índia para 125,7 kg per capita nos Estados Unidos. Os países emergentes, como o Brasil ea China, têm aumentado seu consumo anual de carne per capita rapidamente, com médias nacionais de 80,6 kg e 54,1 kg, respectivamente. Apesar do grande impacto que o consumo de carne já tem na crise climática contemporânea, - sendo atualmente responsável por 14,5% das emissões antrópicas de GEE (gases de efeito estufa) - as negociações internacionais têm ignorado o assunto até agora.


O aumento esperado do consumo de carne per capita, bem como o crescimento da população, terão um grande impacto sobre os recursos naturais, saúde pública e mudanças climáticas. Se não forem tomadas medidas para reverter as projeções alimentares futuras, estima-se que a produção de carne vai quase dobrar até 2050, atingindo 455 milhões de toneladas e aumentando a procura de cereais em 50% em relação a 2005/2007 os níveis. Além disso, as emissões agrícolas de CH4 (metano) e N2O (óxido nitroso) devem triplicar por 2.055-15,3 GtCO2eq / ano (gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente por ano), se os atuais padrões de consumo e de crescimento populacional se mantiverem. Isso representará cerca de 75% do total esperado emissões globais até 2050, considerando-se a meta de um aumento de 2C na temperatura média global (emissões anuais de cerca de 20 GtCO2eq / ano).

Sem dúvida, é hora de pressionar os líderes mundiais a agirem e tomarem medidas para enfrentar as mudanças climáticas. Todavia, também é bom lembrar o impacto que nossas ações individuais têm sobre este processo. Portanto, nós convidamos você a experimentar novas receitas e (pelo menos durante) um dia por semana, cortar a carne do seu cardápio!

Mais informações e receitas podem ser encontradas em: http://www.segundasemcarne.com.br/

 

Cassia Moraes

MPA-DP Candidate, 2015 – Columbia University
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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